Olá, meninas,
Infelizmente, não tenho nada de muito animador para contar.
Na sexta-feira me pesei e, acreditem ou não, a balança me mostrou exatamente o mesmo peso. Exatamente igual, nem menos, nem mais. Não estou me dedicando aos exercícios? Verdade. Comi um pouquinho a mais num dia ou no outro. Verdade. Mas nada que justificasse a paralisia aguda da balança. Meu marido me pergunta: como isso é possível? Não sei. Se eu tivesse a mesma “sorte” jogando na loteria já estaria milionária!
Mas, sinceramente, isso foi o que menos ocupou a minha cabeça nos últimos dias. Na quarta-feira, um tio meu faleceu e me fez pensar muito sobre a vida, o que fazemos com ela, a relação com as pessoas, o valor do tempo. Desculpem-me por não ter escrito no Blog Desafio das Estações na quinta-feira. A notícia chegou na quarta à noite e eu fui me lembrar do post só no sábado pela manhã...
Ele faleceu em função de um erro médico, o que deixou a todos inconformados. Ele teve que fazer uma cirurgia no coração há 15 dias para colocar uma ponte de safena e, em função de um dreno que não funcionou, acabou falecendo. Como é possível ninguém da equipe médica e de enfermagem da UTI ter percebido que o dreno não estava funcionando? Eles tratam de pacientes nesta situação todos os dias. No que eles estariam pensando? Por que não fizeram o trabalho deles direito? Quando o cirurgião responsável voltou para visitá-lo no dia posterior, percebeu a falha e ele teve que se submeter a outra cirurgia para tirar todo o sangue coagulado. Aí foi complicação atrás de complicação até que ele não resistiu. Só não falo o nome do hospital aqui porque não sei, fica em Ourinhos, interior de São Paulo.
Há alguns meses, meu sobrinho de dois anos ficou internado no hospital Nossa Sra. do Sabará aqui em SP (considerado um dos melhores no tratamento infantil) e também foi vítima de erro médico. Graças a Deus, ele está vivo, mas poderia não estar. Ele teve uma doença chamada Doença de Kawasaki e ficou alguns dias internado. Essa é uma doença de difícil diagnóstico porque se confunde muito com sintomas de gripe e meningite. Quando finalmente conseguiram diagnosticar qual era o problema, ele teria que tomar quatro doses de um remédio (aplicado na veia com ele ainda na UTI). Esta aplicação duraria 24h. Deram a primeira dose numa noite e, quando amanheceu, a minha cunhada percebeu que havia acabado. Perguntou à enfermeira e à médica do turno por que tinha acabado tão rápido, já que disseram que demoraria 24h. Falaram que a médica anterior havia decidido acelerar a dose para terminar mais rápido. Minha cunhada perguntou de novo para outra enfermeira, a mesma resposta. Depois de algumas horas, outra enfermeira voltou para o quarto com outra dose, dizendo que precisaria dar outra aplicação. Aí meu irmão e minha cunhada pararam tudo e exigiram falar com o infectologista responsável pelo caso. Foi uma confusão no hospital, meu irmão até ameaçou chamar a polícia. Depois de muita confusão, resumo da história: a enfermeira da noite havia colocado no prontuário dele que a medicação tinha terminado. A enfermeira da manhã não confirmou a informação. A médica também não. Minha cunhada perguntou e, por medo do que pudesse acontecer se dissessem que elas tinham errado, mentiram. Aí vieram com a história de que precisariam dar outra dose, para tentar corrigir o engano sem que eles percebessem... Só que, se meu sobrinho não tivesse tomado a medicação no prazo máximo de 10 dias a partir da manifestação da doença, ele poderia ter um aneurisma no coração, que poderia levá-lo a óbito ou a complicações no coração por toda a vida! Como isso é possível? Por que tanto descuido? Por que tanta falta de comprometimento, seriedade, amor ao próximo? Graças a Deus a história dele teve um final feliz, porque depois de tudo esclarecido, ele tomou o restante da medicação e ficou bem.
Peço desculpas por tratar destes assuntos num blog cujo objetivo principal é falar sobre emagrecimento. Além da tristeza pelo falecimento do meu tio, especialmente por saber o que representava na vida dos meus primos, da minha tia, da minha mãe, a falta de seriedade que se vê em tudo me dá um desânimo enorme. Por que as pessoas não se preocupam em fazer as coisas com esmero e eficiência? Por que tudo tem que ser tão mal feito? A cada dia que passa, tenho a sensação de que cada vez mais as pessoas se contentam em fazer o mínimo..E, muitas vezes, nem mesmo o mínimo, como no caso do meu tio. A enfermagem da UTI tinha a obrigação de perceber que o dreno não estava funcionando! Será que quem não percebeu está agora se martirizando por ter sido responsável pela morte de outro ser humano? Provavelmente não. Deve estar sim assistindo à novela da Globo, satisfeita em viver uma vida que não é a sua, ou comemorando pela vitória do seu time de futebol. Lamentável. Desprezível na minha opinião.
Eu trabalho como assistente executiva, um trabalho totalmente administrativo. Quando erro, fico me punindo, sinto-me realmente muito mal. E o meu trabalho, se for mal feito, não vai matar ninguém...
Essa falta de zelo, seriedade e amor ao próximo realmente me tira o ânimo e me deixa muito áspera!
Desculpem-me pela sinceridade, pelo longo post e pelo mau-humor...
A mensagem que eu gostaria de passar é de que eu acredito que temos a obrigação de fazer nossas atividades de maneira bem-feita, sejam elas relacionadas ao nosso trabalho, ao cuidado com nossos parentes e amigos, à educação de nossos filhos, sobrinhos, no trato com nossos pais, que já fizeram tanto por nós...Eu acredito profundamente nisso...Por isso me decepciono tanto quando uma simples tarefa mal executada causa danos tão grandes como a morte de outro ser humano...
Espero que a semana de vocês seja muito boa e iluminada. Eu vou tentar fazer a minha parte para que a minha e a daqueles próximos a mim possa ser, senão iluminada, pelo menos produtiva e positiva.
Beijos,
Iê
P.S. – Prometo um próximo post mais leve e feliz, tá! :o)